À medida que a população ganhou peso nos últimos anos, surgiram numerosas abordagens dietéticas que prometiam uma perda de peso rápida, eficaz e sustentável. E a dieta do tipo sanguíneo faz parte dessa enorme lista!
Junto dela, estão a dieta do ovo, da fruta, da sopa, o jejum intermitente e a low carb. Mas, até que ponto essas estratégias são benéficas para a saúde?
Para te responder, preparamos um conteúdo completo sobre a dieta do tipo sanguíneo, como ela funciona e se ela é realmente sustentável e eficaz na perda de peso. Vem com Receitas Nestlé!
O que é dieta do tipo sanguíneo?
Trata-se de uma dieta que sugere o consumo de alimentos específicos conforme o tipo sanguíneo de uma pessoa (A, B, AB, O). A ideia é que cada tipo possui características distintas e, ao seguir essa recomendação, a digestão seria melhorada, doenças seriam prevenidas e a qualidade de vida seria aprimorada.
Essa dieta foi concebida pelo médico Dr. Peter d'Adamo, que argumenta que o tipo de sangue é uma impressão genética que identifica uma pessoa tão distintamente quanto seu DNA. Ele considera isso como um padrão confiável de identidade, raça e cultura, além de um guia para uma vida mais saudável.
O Dr. d'Adamo classifica os alimentos em três categorias:
- Benéficos: aqueles que ajudam a prevenir ou tratar doenças;
- Neutros: alimentos que não previnem doenças, mas também não as causam;
- Nocivos: alimentos que podem causar doenças.
Lembrando que a classificação de um alimento como benéfico, neutro ou nocivo varia conforme o tipo sanguíneo de cada pessoa.

Veja as 4 classificações da dieta do tipo sanguíneo
Agora que você já sabe melhor no que consiste esse plano alimentar, confira como funciona a rotina para cada tipagem do sangue!
1. Tipo A, o cultivador
Pessoas com tipo A devem priorizar uma dieta rica em vegetais, frutas e leguminosas, como feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha e amendoim.
Basicamente, uma dieta vegetariana é sugerida, já que essas pessoas teriam mais dificuldade em digerir proteínas animais. Leite, derivados e ovos podem ser consumidos, mas em menor quantidade.
2. Tipo B, o nômade
O tipo B é considerado nômade, pois poderia consumir qualquer tipo de alimento encontrado em sua trajetória. Assim, seriam supostamente capazes de digerir eficazmente tanto proteínas animais, quanto vegetais e frutas.
3. Tipo AB, o enigma
Pessoas com tipo AB devem seguir uma dieta que mistura elementos do tipo A e do tipo B. Essas pessoas seriam dotadas de um sistema imunológico mais robusto e capazes de reagir bem a qualquer tipo de alimento.
4. Tipo O, o caçador
Pessoas com tipo O teriam maior facilidade em digerir todos os tipos de proteínas e gorduras, tornando a dieta com predominância de alimentos de origem animal mais apropriada.
Além disso, leite, derivados e grãos - como aveia, trigo, milho, cevada -, bem como leguminosas - como feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilha -, devem ser evitados, pois supostamente causariam inflamação, ganho de peso e fadiga neste grupo.
Essa dieta tem comprovação científica?
A resposta é não. A dieta do tipo sanguíneo não possui evidências científicas sólidas que a respaldem como eficaz.
Sendo assim, se você está em busca de perda de peso, tratamento de doenças crônicas ou melhoria da qualidade de vida, você não precisa se restringir rigidamente a alimentos recomendados para o seu tipo sanguíneo.
Apesar disso, não significa que essa forma de alimentação seja ruim. Ela se baseia em princípios gerais de alimentação saudável, que incluem o consumo de comida natural, proteínas, frutas, vegetais e alimentos in natura. Isso, por si só, pode ser benéfico para a saúde e auxiliar na perda de peso.
No entanto, é importante não generalizar as pessoas com base em seu tipo sanguíneo e excluir alimentos sem considerar suas preferências, cultura, condições de saúde, nível de atividade física e outros fatores individuais, combinado?
Qual outra alternativa de alimentação seguir?
A nutrição é altamente individualizada, e o cuidado com o paciente é essencial. Em um processo de perda de peso, o mais importante é entender a rotina e as preferências individuais.
A melhor dieta é aquela que é inclusiva, prazerosa, sustentável a longo prazo e adaptada às preferências e necessidades de cada pessoa.
Aqui estão algumas dicas básicas que podem ajudar nesse processo:
- Aumente o consumo de alimentos nutritivos e naturais;
- Mantenha-se hidratado, bebendo bastante água, pois a água é essencial para as funções do organismo;
- Consuma diariamente diversas frutas e vegetais, pois a diversidade de alimentos significa uma variedade de nutrientes;
- Controle o consumo de gordura saturada de origem animal, que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, mas não exclua esses alimentos completamente;
- Pratique atividade física regularmente - pelo menos 30 minutos de exercício diário melhoram a saúde física e mental, além de prevenir doenças.
Em resumo, a dieta do tipo sanguíneo não possui base científica sólida, e é importante adotar abordagens alimentares que levem em consideração as necessidades individuais. Não se esqueça disso, certo?
O segredo está em encontrar um plano alimentar que seja adaptado ao seu estilo de vida, preferências e objetivos de saúde. E, é claro, sempre com a orientação de um nutricionista!
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Referências
Blood type diets lack supporting evidence: a systematic review. Pubmed, 2013.
Dietas da moda consumidas por desportistas de um clube e academias em São Paulo. RBNE, 2016.
Emagrecer: dietas da moda versus reeducação alimentar. Cereus, 2014.